PUC-SP lembra invasão e repudia homenagem a Erasmo Dias
O ato público “Lembrar é Resistir”, organizado na manhã desta segunda-feira (25) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), no Tucarena, marcou os 46 anos da invasão da universidade pelas tropas da polícia militar, sob o comando do coronel Erasmo Dias, em 1977.
A manifestação — uma parceria da PUC-SP com a Comissão Arns, Instituto Vladimir Herzog, UNE, Núcleo Memória, OAB-SP e Centro Acadêmico 22 de agosto — reuniu alunos, professores, funcionários, artistas e representantes da sociedade civil, alguns presentes durante a invasão. O ato também repudiou o projeto de lei que homenageia Dias, promulgado no dia 28 de junho pelo governador de São Paulo Tarcísio de Freitas.
Estiveram presentes, entre outros, Claudia Costin, ex-ministra de Administração, ex-secretária da Cultura do Estado de São Paulo e membro da Comissão Arns; a professora titular da PUC-SP Vera Paiva; o advogado criminal Luiz Francisco de Carvalho Filho, presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça; a socióloga Margarida Genevois, ex-presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; e José Carlos Dias, advogado criminalista e um dos coordenadores da Comissão Nacional da Verdade.
Após o ato houve homenagem a Nadir Kfouri, falecida reitora da universidade que saiu em defesa dos alunos e desafiou Erasmo Dias: “Nāo dou a māo a assassinos”, disse ela ao coronel. Seu sobrinho, o jornalista Juca Kfouri, assistiu à colocação de uma placa como o nome da tia na frente do prédio principal da PUC-SP.
A invasão ocorreu na noite de 22 de setembro — quando estudantes faziam ato público para celebrar o 3º Encontro Nacional de Estudantes e a reorganização da UNE. Cerca de 3 mil policiais civis e militares, apoiados por carros blindados, invadiram o campus. A agressão a professores, alunos e funcionários levou à prisão de 854 pessoas e resultou em um rastro de destruição.
Assista à íntegra do evento:
