Tenente-Brigadeiro do Ar Faber Cintra
Nascimento – 29 de julho de 1915, no Rio de Janeiro – RJ.
Filiação – Joaquim Cintra e Dulce Avellar Medeiros Cintra.
Formação e atividades principais – Após concluir os estudos secundários no Colégio São Bento e fazer o vestibular para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, sentou praça em abril de 1935, ingressando na Escola Militar do Realengo, também na capital federal. Declarado Aspirante-a-Oficial em novembro de 1937, foi promovido a Segundo-Tenente em dezembro do ano seguinte.
Tornando-se Aviador Militar, comandou em 1939 a 2ª Esquadrilha de Caça do 5º Regimento de Aviação, sediado em Curitiba. Ainda em 1939 ingressou nos quadros do Correio Aéreo Nacional, (CAN) efetuando voos pioneiros. Desde então se ligou ao principal animador do CAN, Eduardo Gomes, a quem permaneceu vinculado ao longo de sua carreira militar. Promovido a Primeiro-Tenente em dezembro de 1940, no ano seguinte, em janeiro, foi transferido para o recém-criado Ministério da Aeronáutica e, em 1942, foi designado Comandante interino do 2º Grupo (de aviões bombardeiros) do 1º Regimento de Aviação, aquartelado no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) realizou missões de Guerra no Atlântico Sul entre 1942 e 1944.
Em dezembro de 1943, foi promovido a Capitão-Aviador, sendo nomeado no ano seguinte Chefe do Pessoal da I Zona Aérea, sediada em Belém. Viajou aos Estados Unidos como Ajudante-de-Ordens do Adido Aeronáutico brasileiro naquele país e, em 1946, foi designado Assessor da Inter-American Defense Board e representante da Força Aérea Brasileira (FAB) no desfile comemorativo da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Major-Aviador em outubro de 1950, Tenente-Coronel-aviador em janeiro de 1953 e Coronel-Aviador em janeiro de 1959, entrou nesse último ano para o serviço aéreo da FAB, tendo pilotado em 1962 o avião que inaugurou a linha do CAN para Suez, no Egito, onde se encontravam tropas brasileiras pertencentes à Força de Paz da Organização das Nações Unidas. No ano seguinte comandou a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.
Elevado à patente de Brigadeiro em dezembro de 1965, foi promovido a Major-Brigadeiro em fevereiro de 1971, ainda nesse ano assumiu o Comando da III Zona Aérea. Em novembro de 1973, as zonas aéreas passaram a se denominar comandos aéreos regionais. Faber Cintra exerceu essa função até setembro de 1974.
Ao longo de sua carreira exerceu várias funções e comissões, fez também vários cursos, a seguir relacionados: Chefe de Ensino da Escola de Especialistas da Aeronáutica; Chefe de Operações da V Zona Aérea, sediada em Porto Alegre; Chefe da 3ª Seção do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), representante da Aeronáutica junto ao Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA); Chefe da 1ª Divisão da Inspetoria Geral da Aeronáutica; Chefe do Estado-Maior do Comando Aerostático Terrestre; Chefe da 1ª Seção do EMAER; Membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra (ESG); Comandante da Base Aérea de Recife; Subchefe de Operações e informações do EMAER; Assessor da Comissão Mista de Defesa Brasil – Estados Unidos; Comandante da Escola de Especialistas de Aeronáutica; Comandante interino da IV Zona Aérea, sediada em São Paulo; Chefe do Núcleo de Diretoria de Encargos Assistenciais; Diretor da Diretoria de Encargos Assistenciais; membro efetivo da Comissão de Promoções de Oficiais da Aeronáutica e Presidente da Comissão de Investigações Sumária da Aeronáutica.
Fez os cursos de Tática Aérea; Estado-Maior; Superior de Comando; Eriptografia do Centro de Instrução Almirante Wandenkolk, da Marinha; o Internal Security Investigations, do Serviço Nacional de Informações (SNI), o Special Air Warfare Center, em Fort Benning, nos EUA, e o da ESG.
Condecorações – Medalha da Junta Inter-Americana de Defesa EEUU; Cruz de Aviação Fita “B”, com Palma; Medalha de Bronze; Medalha da Campanha do “Atlântico Sul”; Medalha do Mérito Aeronáutico – grau de Cavaleiro; Medalha do Mérito Aeronáutico – grau de Oficial; Medalha de Ouro com Passador de Ouro; Medalha do Mérito Aeronáutico – grau de Comendador; Medalha do Mérito Santos Dumont, de Prata; Medalha da Ordem do Mérito Rio Branco – grau de Comendador; Medalha do Mérito Aeronáutico – Grande Oficial; Medalha do Mérito Militar de 1ª Classe – Portugal; Medalha do Correio Aéreo Nacional; Diploma e Brevet de Piloto da Força Aérea Equatoriana; Medalha Comemorativa aos 25 anos S.P.K – Canadá; Medalha da Ordem do Mérito Naval – grau de Comendador; Medalha e Diploma Centenário Santos Dumont; Medalha da Ordem do Mérito Militar – grau de Comendador; Medalha Santos Dumont (Ouro) do Governo do Estado de Minas Gerias; Medalha de Ouro com Passador de Platina; Diploma de Cidadão Honorário, conferido pelo Prefeito da cidade de Louisville, Kentucky; Medalha do Mérito Tamandaré; Medalha do Mérito Coronel Assunção; Medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico – Grã-Cruz; Medalha Reconhecimento do Estado da Guanabara (Ouro); Medalha da Ordem do Mérito Judiciário Militar – Grã-Cruz; Medalha da Ordem do Mérito Naval – Grande Oficial; Grande Medalha da Inconfidência, conferida pelo Governo do Estado de Minas Gerais; Medalha da Ordem do Mérito Militar – Grande Oficial; VII Olimpíadas da FAB; Medalhão alusivo a inauguração do Ed. Sede do Tribunal de Contas do Município de São Paulo; Medalha da Ordem do Rio Branco – Grã-Cruz; Medalha do Pacificador; Medalha “Centenário de Falecimento de Duque de Caxias”; Medalha da Ordem do Mérito Brasília – Grã-Cruz; Medalha Comemorativa dos 90 Anos de Instituição do TCU; Medalha Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho – Grã-Cruz; Medalha Comemorativa do 40º Aniversário de Instalação da Justiça do Trabalho; Medalha Militar de platina com passador de platina (50 anos de Bons Serviços).
Atividades no STM – Nomeado Ministro do Superior Tribunal Militar, pelo decreto de 20 de setembro de 1974, empossado no dia 08 de novembro do mesmo ano, a poucos dias após alcançar o posto de Tenente-Brigadeiro. Em 1977 defendeu o STM das acusações contra ele formuladas por um de seus Ministros, o General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, segundo as quais o STM era conivente com os maus tratos impostos aos presos políticos pelos sistemas de segurança ligados à repressão. Em março de 1981 assumiu a presidência do STM, para o biênio 1981-1983, defendendo na ocasião o primado da ordem.
Comissões – Regimento Interno; presidiu a comissão destinada a apreciar os casos abrangidos por Anistia.
Participação como representante do STM – Jornada Internacional de Derecho Militar y Derecho de La Guerra, Caracas, 1980; Congresso Internacional de Direito Penal Militar e de Direito de Guerra, 9., Lausanne, Suíça, 1982.
Aposentou-se por implemento de idade a partir de 30 de julho de 1985, por decreto de 05 de agosto de 1985, publicado no Diário Oficial, Seção II, no dia seguinte.
Foi casado com Elsi Marion Cintra.
Faleceu aos 101 anos, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 13 de agosto de 2016.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELOCH, Israel (Coord.). Dicionário histórico-biográfico brasileiro: 1930-1983. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1984. v.1, p. 794.
BRASIL. Superior Tribunal Militar. Diretoria de Documentação e Gestão do Conhecimento. Coletânea de informações: Faber Cintra. Brasília, DF, 2019. Arquivos disponíveis na Seção de Museu.
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